Ah, sua boba. Você e esse teatrinho de ser durona. Quem vê até pensa, quem vê até imagina que você é assim, tão fria, tão perversa. Mal sabem eles como você é delicada, gentil e amável. Não com todos, aliás, com ninguém. Você guarda toda essa delicadeza por medo, eu sei. As pessoas te pisam quando você é assim. Então você prefere usar essa máscara aí. Meus parabéns, viu? Engana meio mundo, mas não a mim. Conheço o aperto em seu coração à noite, conheço o choro baixinho, conheço seu gosto por filmes românticos, conheço você. Já te fizeram sofrer, e muito, eu sei. Sei também que você finge não se importar, mas se importa pra caralho, mais do que deveria. Sei que se preocupa, sei que ama, sei que sente. Você simplesmente esconde isso. Se bem que no fundo, ainda resta uma pequena esperança contida no seu coração. Você, disfarçadamente, ainda tem fé de que tudo vá dar certo. Amor, família, amigos. Um futuro, um príncipe, uma história de amor. Você, no fim, continua sendo apenas uma garota que se entrega demais, que sente demais, e que infelizmente, se machuca demais também.
— Eu sei, eu conheço você.
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